Valéria pediu 5 minutos do meu tempo, precisava falar comigo porque estava prestes a tomar uma decisão que impactaria totalmente a sua vida..

“Ci, recebi uma proposta de emprego que vai me permitir viver muito bem pelos próximos 6 meses!”
“É mesmo, Vá! Que notícia ótima! Fico feliz por você!”
“Mas, Ci… Tem um problema… Vai me ocupar o tempo integral e minha prova é daqui a dois meses…”
Foi inevitável o meu silêncio…
1…2…3…
“Bom, vamos analisar!”
E assim começou minha conversa com Valéria, no meio da tarde.
Aquele baque que nenhum Mentor de concursos quer sofrer na véspera da prova do aluno. Pois é, eu sofri.
Valéria tem cerca de 40 anos, é advogada (das boas) e concurseira. Mãe, esposa, aluna. E me ‘botou’ nesse baque.
Fiquei feliz pela proposta, mas sofri o baque.
Sofri porque sei o quão custoso foi para que a ela conseguisse estabelecer uma rotina de estudos firme em meio à loucura da advocacia.
Sofri porque ela é minha aluna há meses e, só nos últimos tempos, eu realmente a senti em um tom de voz ameno, tranquilo, em paz.
Ela não tinha tempo para o marido, para a filha, para coisas de casa… Mas vinha conseguindo ter e aprendeu o valor que tudo isso tem.
Em minutos, foi esse o filme que passou na minha cabeça enquanto ela me contava o que estava prestes a acontecer.
“Ci, eu gosto de ser desafiada, pra mim, esse é um grande desafio, mas, não sei… Meu marido não acha que devo aceitar, acha que devo continuar focada nos estudos…”
“Sei…”
“Eu não sei… Estava certa de que iria aceitar, mas agora não sei mais.”
“Valéria, essa escolha é extremamente pessoal. Mas, te conhecendo, sabendo do seu perfeccionismo com sua profissão e de como eram seus meses, eu vou te auxiliar a tentar e ver como serão os próximos.
Vamos lá… Projete-se para daqui a 6 meses… E olhe para trás, para o dia de hoje, em que estamos conversando…
6 meses se passaram, você trabalhou muito, muito, acabou, mais uma vez, deixando os estudos de lado, não foi fazer a sua prova, teve menos tempo com o marido, não pôde mais visitar a chácara aos sábados como costumava fazer… a cabeça ficou preocupada com as novas e ousadas responsabilidades, a filha acabou sendo embananada na correria também, mas… você tem todo aquele dinheiro na conta… Você sente que valeu a pena?”
“(silêncio dela…) Não sei, Ci. Eu estou me sentindo feliz como estou hoje, consegui voltar para a academia, tenho tempo para minha família, estou feliz por cumprir minhas metas, até minha massagem estou conseguindo fazer!”
“Pois bem… Agora imagine o contrário. Você não aceitou a proposta, viveu os próximos 6 meses, evoluiu nos estudos, continuou cultivando suas coisas… Consegue se sentir se martirizando a todo momento por não ter aceitado aquela proposta?”
E assim foi o desenrolar da conversa.
Se você quer saber o fim da história, se ela aceitou ou não, eu também ainda não sei, mas eu vou te contar a lição final da ligação.
Não foi uma lição que eu mesma passei para ela, foi uma lição a que ela chegou sozinha (eu fui apenas a voz das perguntas que ela não queria se fazer).
E o que ficou dessa conversa foi a sensação forte de “não venda aquilo que você demorou uma vida para conquistar.”
Eu não sei se ela vai aceitar ou não a proposta, se, de repente, colocará pessoas para trabalhar para ela, mesmo que diminua a margem de lucro.
O que eu sei é que ela conseguiu perceber que os estudos não eram mais um peso e isso por si só tinha muito valor.
A verdade é que quanto mais o tempo passa mais claro fica: algumas coisas têm preço; outras têm valor.
Estabelecer uma rotina saudável consigo e com sua família TEM valor.
Então, se hoje você se sente carregando um fardo pesado demais nos estudos, cansado, desmotivado, se arrastando: se MEXA, você está encarando isso da forma errada!
É preciso que você se sinta bem e feliz consigo mesmo durante a sua jornada, e não apenas após o fim dela.
Quanto mais você aproveitar esse período, assim como ela finalmente conseguiu esse equilíbrio, mais frutos irá render.
Acredite, a sua capacidade de absorção está diretamente ligada ao seu cansaço físico e mental.
Escolha começar o próximo dia com o pé direito.
Isso vai fazer toda diferença no seu dia, na sua semana, e, quem sabe, em todo o seu processo até a sua aprovação!
Hoje, eu desejo que você encontre a felicidade e satisfação que ela encontrou e para que não troque isso por coisas que têm apenas preço.
É com essa satisfação, na medida do possível, que quero que você encare seus dias de estudo.